Galeria Jarouche

OUTROS RETRATOS EM BRANCO E PRETO | MIRO

DE 01 DE AGOSTO A 30 DE OUTUBRO DE 2020

Grandes fotógrafos sempre amaram o preto e branco.
A melhor explicação para essa paixão ensina que quando alguém vê uma foto colorida, o cérebro automaticamente lança uma série de comandos para que os olhos possam entender todas as cores presentes na imagem: azul, amarelo, vermelho, diferentes tons e texturas. Isso faz com que, inconscientemente, o observador perca a concentração. Ele pode até achar que está vendo a imagem como um todo, porque está enxergando tudo o que existe nela. No entanto, devido à variedade das cores, o foco não está no que está sendo retratado de fato.

Por outro lado, no preto e branco, a dinâmica é diferente. A ausência das cores resulta em ausência de informação. Com essa ausência, o foco se amplia e o observador consegue, desse modo, enxergar tudo, de fato.

Miro sempre soube dessa superioridade do preto e branco, tanto na teoria quanto na prática, no racional e no intuitivo. Extremamente culto e informado, mesmo convivendo durante anos com uma surdez precoce, Miro sempre ouviu absolutamente tudo e sempre falou pouco e baixo, apenas o necessário.

Suas fotos não valem por mil palavras, porque são feitas para expressar única e exclusivamente o que deve ser dito, sem excessos visuais.

Essas 12 grandes fotos, que para esta exposição se transformaram também em 12 fotos ampliadas, foram capturadas por Miro nas décadas de 1970 e 1980, quando seu trabalho era considerado moderno.

O tempo provou que na verdade já era eterno.

ARTISTA

Miro